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sábado, 18 de março de 2017

"Nise da Silveira: uma heroína da mente"

7ª Flimar (7ª edição da Festa Literária de Marechal Deodoro em Alagoas, que ano passado homenageou a psiquiatra alagoana Nise da Silveira e o cantor cearense Raimundo Fagner)

No cordel a seguir, há uma homenagem à Nise e ao Fagner.

Autores: Marinalva Bezerra (Querindina)
               Fernando Rocha (Macambira)
                    agosto de 2016

1- Nise da Silveira este ano
Homenageada será
Foi uma grande escritora
É por isso que na Flimar
Tem-se como conhecê-la
Se não ouviste falar

2-É isso mesmo amigo
Nise, a homenageada
Dessa sétima edição
Ela será bem falada
Sua obra, com certeza
Será muito divulgada

3-Aliás, as suas obras!
Dez livros, num site lemos
Sem falar, muitos artigos
De Nise encontraremos
Ela foi muito importante
Pela pesquisa que temos

4-Na pesquisa que fizemos
Diz o quanto ela lutou
Pelos doentes mentais
E com sua luta melhorou
O tratamento pra eles
Foi duro o que passou

5-Para conhecer a Nise
Vamos então iniciar
Pelo começo de tudo
Pra na memória ficar
Essa história tão linda
Que nos dá gosto contar

6-Mil, novecentos e cinco
Foi quando Nise nasceu
O mês era fevereiro
E essa benção então se deu
Nascida em Maceió
Belo futuro escolheu

7-Em um colégio de freiras
Foi a básica formação
"Santíssimo Sacramento"
Ser menina era a condição
Para poder estudar
Naquela instituição

8-Do "Jornal de Alagoas"
O seu pai foi diretor
Ele era jornalista
Mas sua filha formou
No curso de Medicina
Na Bahia ela estudou

9-Cento e cinquenta e oito
Alunos tavam formando
Ela a única mulher
Que estava graduando
Era o ano vinte e seis
E o Brasil tava ganhando

10-Ganhando uma DOUTORA
Que a história mudaria
Que para doentes mentais
Ela modificaria
A maneira de tratar
De usar a psiquiatria

11-Tornou-se psiquiatra
E muito se dedicou
Contra o tratamento da época
Ela se manifestou
E apesar de muita luta
Ela nunca recuou

12-Contrária ao que faziam
Exemplo, confinamento
Eletrochoque também
Pra ela, um sofrimento
Sem falar lobotomia
Que era um grande tormento

13-Não foi à toa que Nise
Se tornou uma renomada
Profissional dessa área
Por todos foi respeitada
Por sua dedicação
Esperança renovada

14-A esperança de quem
Não conseguiu viver
Viver com dignidade
Muitos queriam morrer
Pois com a doença perversa
Era grande o sofrer

15-O tratamento da época
A doutora reprovava
O achava agressivo
E por isso enfrentava
Repulsa de gente que
Com ela não concordava

16-Mas vamos voltar um pouco
Mais de Nise conhecer
Foi com Mário Magalhães
Que ela escolheu viver
Casou com o sanitarista
Durou até ele morrer

17-Era o amor da sua vida
Que em oitenta e seis morreu
Ela com oitenta e um
Foi duro o que viveu
Foi para o Rio com ele
Logo que o pai ela perdeu

18-Isso foi em vinte e sete
No Rio se engajou
No meio artístico, literário
E a escrever começou
Ela era bem novinha
Vinte e dois anos, uma flor

19-Uma flor desabrochou
Para a saúde atingir
Correu atrás de estágio
Demorou a conseguir
Em Antônio Austregésilo
Conseguiu se introduzir

20-Nessa clínica colaborou
Mas também muito aprendeu
Nise era determinada
Não foi à toa que escolheu
Pela psiquiatria
Sua família acolheu

21-Acolheu o seu querer
Sua escolha, decisão
Cuidava dos pacientes
Com toda dedicação
Ela era radical
Com a sua opinião

22-Os manicômios pra Nise
Era mesmo que prisão
Ao invés de melhorar
Só causava confusão
Fundou a "Casa das Palmeiras"
Primeira instituição

23-A tratar os pacientes
De maneira diferente
Com um olhar humanista
Dizendo que eram gente
Precisavam de um tempo
Nada era de repente

24-Como boa profissional
Sabia o que fazer
Mover a criatividade
Dessa forma promover
Uma boa alta estima
A melhora aparecer

25-Essa casa funciona
Em um regime aberto
O paciente a frequenta
Mas uma coisa é certo
Lá não tem fins lucrativos
Funcionamento é incerto

26-É incerto podes crer
Pois, se mantem por doação
Ela apontou muita falha
Mas mostrou a solução
Uma delas valorizar
Com o paciente a relação

27-Não foi à toa que Nise
Com vinte e sete aninhos
Passou num concurso público
Foi trabalhar com os "doidinhos"
Os tratava com amor
Os tinham como irmãozinhos

28-Isso foi em trinta e três
Que começou a trabalhar
Foi lá em Praia Vermelha
Que conseguiu se efetivar
E um bom serviço público
Começou a realizar

29-Mas uma coisa horrível
À doutora aconteceu
Na Revolta de trinta e cinco
Uma enfermeira deu
Uma informação sobre ela
Sua liberdade perdeu

30-Dezoito meses ficou
Frei Caneca, foi a prisão
Nesse presídio encontrou
Um verdadeiro "irmão"
A enfermeira denunciara
Que ela tinha coleção

31-Tinha livros marxista
E era proibido este autor
E por isso a prenderam
Lá foi onde se encontrou
Com o alagoano Ramos
Que em seu livro relatou

32-Foi em "Memória do cárcere"
Que Graciliano citou
A doutora que afastada
Do seu serviço ficou
E até em quarenta e quatro
Semi-clandestinidade
Foi a vida que levou

33-Mas pra luta ela voltou
No Rio foi trabalhar
No hospital Pedro segundo
Mas recusou-se em usar
Os métodos com os pacientes
Que lutara pra acabar

34-A colocaram no setor
Pra terapia fazer
E ela usou a arte
Pra o problema combater
Dando voz aos pacientes
Melhorando seu viver

35-Nise percebeu a arte
Meio de comunicação
Através das obras fez
Uma grande revolução
"Imagens do inconsciente"
Filme que nos dá noção

36-Nesse cordel nós queremos
Também homenagear
Um dos melhores artistas
Que dá gosto de falar
Raimundo Fagner cantor
Nem precisa apresentar

37-Pra quem não sabe diremos
Como foi que começou
O sucesso nacional
Foi quando participou
De um festival em Brasília
Com "Mucuripe" ficou

38-Ele ficou em primeiro
Em primeiríssimo lugar
Parceria com Belchior
Também ganhou por cantar
Com o Ricardo Bezerra
Começou a despertar

39-A atenção do Sudeste
E ainda teve a menção
Honrosa, de melhor cantor
'Cavalo ferro' era a canção
Ninguém segurou nunca mais
Esse cantor de multidão!

40-Elis Regina gravou
Foi dele a composição
De 'Mucuripe' que marcou
A sua grande expansão
Na vida dura de artista
E foi surgindo canção

41-Entre o lado nordestino
E o romântico ele ficou
Vários trabalhos lançados
Que a cada dia o levou
Para o topo do sucesso
Que esse artista conquistou

42-Ninguém pense que foi fácil
No Brasil só é bom cantor
Aquele que a cada ano
Um novo álbum lançou
Ter sempre sucesso novo!
Foi isso que o consagrou

43-Mias ou menos esta é a saga
Desse grande nordestino
Foi pra Brasília estudar
E definiu o seu destino
Tornou-se um grande artista
Seu tom de voz é divino

44-Neste também queremos
Em poucas palavras falar
A importância que tem
Uma pessoa pra Flimar
Carlito Lima é o cara!
Esse é o jeito de anunciar

45-Anunciar quem criou
Evento tão importante
A pedido do Prefeito
Cristiano assim garante
Que o projeto planejado
Seguirá sempre adiante

46-Essa dupla deu tão certo
Já é a sétima edição
Que irá acontecer
E esse ex-capitão
Cada dia se esforça
Pra ver a superação

47-Macambira e Querindina
Tiveram participação
Na Flimar, em Marechal
Era a segunda edição
Do casal primeira vez
Foi grande a satisfação

48-Esta é a quarta vez
Que irão participar
Desse evento que orgulha
O Nordeste, a Flimar
Quem nos dera que tivessem
Pessoas para imitar
                                                            fim




Contatos Macambira e Querindina
Facebook: Marinalva Bezerra
Whatsapp: (83) 98808-6816/99927-7654
macambiraequerindina@hotmail.com
maqueban@yahoo.com.br
Esperança, Paraíba-Brasil


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